Como você tem se cuidado ultimamente?
É muito comum que desde a infância sejam inseridas algumas crenças durante o nosso desenvolvimento, como “Não chore!”, “Seja forte!”, “Não erre!”, “Cresça!”, “Levante!” , “A vida lá fora não é fácil”, enfim, levando a internalizar uma forma dura de olhar para si mesmo e para o mundo. Nesse sentido, cria-se uma pessoa com uma elevada autocrítica, auto exigência, não permitindo aceitar seus defeitos ou falhas. Há uma busca por padrões de perfeição gerando muita culpa e julgamento quando não se alcançam tais objetivos.
Outro ponto também a ser analisado é que direcionamos grande parte da nossa atenção para fora de nós, ou seja, para o trabalho, família, preocupações do dia a dia, enfim para o outro. Quando vemos alguém passando por uma situação difícil ou de sofrimento, logo nos compadecemos, somos solidários ou gentis com o outro. Mas e quando é você que está num momento de dor ou sofrimento? Como você se cuida? Se vitimiza ou culpa o outro? Sente que não é merecedor ou não se permite? Normalmente exige muito mais de si mesmo para enfrentar as dificuldades não se permitindo ter um momento de cuidado consigo mesmo? Quero deixar claro aqui que este cuidado é o poder aceitar suas imperfeiçoes, não se julgar ou criticar tanto. Então o que fazer?
Ouvi uma frase que fez toda a diferença: “O que você pratica, se fortalece!” (Shauna Shapiro) Então, o que você tem praticado no seu dia a dia?
Recentemente participei de um programa de autocompaixão. Passei por 8 semanas cuidando de mim de uma forma totalmente diferente do que vinha fazendo até agora e descobri algumas coisas bem interessantes que vou compartilhar aqui:
A primeira delas é que a autocompaixão mostra que você pode tratar a si mesmo com mais carinho, gentileza, bondade e amor tanto nos momentos bons como nos de dor ou sofrimento. Poder aceitar as próprias falhas e defeitos, pois todos somos falíveis, somos humanos e tudo bem. Reconhecer que podemos ser um bom amigo para nós mesmos e experimentar a bondade amorosa, ou seja, ter uma atitude amistosa consigo mesmo levando a sentir a felicidade. Lembrar que podemos abandonar a resistência e permitir sentir o que está acontecendo, pois é a melhor forma de lidar com o sofrimento, dor ou qualquer outra situação difícil. Descobrir nossos verdadeiros valores essenciais, pois são eles que nos guiam, são os que somos e vem do nosso interior. Saber que haverá experiências e emoções difíceis para lidar e que com determinadas estratégias você poderá ao final perceber os benefícios e o que aprendeu com toda essa experiência.
Enfim, percebi que o autocuidado é essencial em nossas vidas e cultivar a autocompaixão colabora nesse processo de transformação pessoal. Então, a dica é: busque no seu dia a dia ser gentil e bondoso consigo mesmo, encontrar uma forma ou um gesto de se confortar e se acalmar, trazer uma voz auto compassiva acolhendo e aceitando a si mesmo. Você perceberá o quanto é importante olhar para si mesmo com autocompaixão.
“Nunca é tarde demais. Não importa o que aconteceu com você, você sempre pode começar novamente.” (Shauna Shapiro)
Texto escrito por Lia Kaari Fernandes Psicóloga
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